CAMINHANDO E CANTANDO
Daisy Buazar
Ela não se importava de sair, em um domingo qualquer, com a camiseta da escola de samba Império Serrano, do carnaval carioca de 2004. Com calça e sapatos brancos, parecia uma passista de sambódromo, embora com seus sessenta e poucos anos, pudesse muito bem ser convidada a desfilar no bloco da velha guarda da escola.
Nunca fora de seguir a moda, sempre se vestia com a roupa que lhe agradava no momento.
Caminhando e cantando, para não falar de flores com o saudoso Geraldo Vandré, pelo calçadão da Rua dos Pinheiros, atraia os olhares dos curiosos, alguns enviesados, para não dizer oblíquos como os de Capitu. Outros sorriam, e havia até aqueles que cantavam junto, num ato de solidariedade pela loucura.
Ela não se importava com o que se passava na cabeça dessa gente. Ela vivia a vida como bem lhe aprazia. Desejava no íntimo compensar os anos em que, tímida e recatada, seguia o que a sociedade impunha, numa submissão inconsciente e inconseqüente.
Longe ia o tempo em que desviava o olhar de quem a encarasse, não dirigia palavra a estranhos, nem mesmo a conhecidos, com receio de parecer pessoa de má fama, como se dizia.
Os costumes, hoje, são outros, a sociedade está mais aberta aos novos modos de ser e de agir, e mesmo que não estivesse dava de ombros. Não tinha tempo para contestá-los.
Estava aposentada dos conflitos, das reuniões infindáveis, das discussões estéreis, agora só desejava viver a vida, com a alegria estampada no rosto, como os sambistas de escola de samba.
Dayse,
ResponderExcluirsou rebrinha, e aí saber de você. Gostei de seu comentário no blog de Morgana Gazel. Convido você a me visitar, vou adorar! Grande abraço,
Eliane
Obrigada, Eliane.
ExcluirVou visitar seu blog e lá deixarei meu comentário.
Abraços.
Parabéns pelo blog!
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